O livro não é facil, e a sua poesia martela de forma profunda em temas que são inevitáveis de contornar - o amor, ou melhor o "desamor", as ausências, a morte e as partidas; A casa vazia, desprovida de luz e o silêncio ensurdecedor que invade e engole o soluço. Vale a pena espreitar!
Para quem nada conhece de Maria do Rosário Pedreira, aqui fica um dos meus poemas preferidos:
Não tenho planos, nem promessas, nem
filhos que nos convidem para almoços
de domingo - a minha ideia de família
resume-se a um retrato velho preso numa
gaveta; e o amor possível sei tão-só
o que li nos romances que me salvaram
da desordem quando o meu tempo
andava de ferida em cicatriz. Mas guardo
ainda muitos por estrear para essa estante
que ergueste no corredor como uma casa
nova. E trago portas abertas no coração:
se ainda não sabias, és muito bem-vindo.
M.
adoro o trabalho dela, é dolorosamente belo
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