“Aquilo que às
vezes parece
um sinal no
rosto
é a casa do
mundo
é um armário
poderoso
com tecidos
sanguíneos guardados
e a sua tribo
de portas sensíveis.
Cheira a teias
eróticas. Arca delirante
arca sobre o
cheiro a mar de amar.
Mar fresco.
Muros romanos. Toda a música.
O corredor
lembra uma corda suspensa entre
os Pirinéus, as
janelas entre faces gregas.
Janelas que
cheiram ao ar de fora
à núpcia do ar
com a casa ardente.
Luzindo cheguei
à porta.
interrompo os
objetos de família, atiro-lhes
a porta
Acendo os
interruptores, acendo a interrupção,
as novas
paisagens têm cabeça, a luz
é uma pintura
clara, mais claramente me lembro:
uma porta, um
armário, aquela casa.
Um espelho
verde de face oval
é que parece
uma lata de conservas dilatada
com um tubarão
a revirar-se no estômago
no fígado, nos
rins, nos tecidos sanguíneos.
É a casa do
mundo:
desaparece
em seguida.” Luiza Neto Jorge
B.