sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Os Filósofos e o Amor – Amar, de Sócrates a Simone de Beauvoir (Lancelin & Lemonnier)

“ Segundo um lugarcomum profundamente enraizado, amor e filosofia têm más relações entre si. Estarão mesmo de costas voltadas, pelo menos desde a era moderna. O amor, sentimento encantador por excelência, teria resistido mal ao desencanto generalizado do mundo moderno. O pequeno Cupido, de aspecto ora pueril ora hostil, com as suas asas escondendo um arco mortífero, teria ido juntarse aos outros deuses no cemitério das velhas tolices.
No fundo, a tradição pessimista dos moralistas franceses teria vencido na batalha do amor. Sob um romantismo tonto, seriam na realidade o sexo, o calculismo e o desejo de poder que se dissimulariam grosseiramente. O sentimento amoroso não justificaria, portanto, que se perdessem com ele duas horas de esforço conceptual. Ao abordar um aspecto de tal forma central na vida humana, não é contudo pequena a surpresa de constatar que ele é quase um terreno baldio, abandonado aos romancistas do niilismo sexual, aos sociólogos de uma nova «confusão amorosa» ou a uma religiosidade de pacotilha. Ninguém tenta verdadeiramente confrontar os diferentes pontos de vista filosóficos acerca do amor, a tal ponto que já quase se poderia encontrar, a respeito deste tema, uma profundidade maior nas canções populares do que entre os pensadores contemporâneos.” Lancelin & Lemonnier

B.

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