domingo, 25 de janeiro de 2015

Uma escuridão bonita (Ondjaki)


"O silêncio é uma esteira onde nos podemos deitar.
Esteira de poeira cósmica, se eu olhar de novo o céu escuro. Esse azul do céu me lembra o chão do mar. Um mar, afinal, é só um deserto molhado, em vez de homens e camelos, tem peixes e canoas a passear nele. O deserto é parecido com o mar, o mar é parecido com o universo cheio de estrelas pirilampas.
O deserto podia caber no peito do mar, o mar podia caber no corpo do universo, o universo só pode caber no coração das pessoas. A mão dela estava perto da minha. Senti uma comichão de ausência na proximidade daquele calor, sabia que os dedos dela estavam ali, e continuava a falar para não saber, no coração, que todo o meu corpo pedia uma carícia calada.
– Achas que pode caber o quê, no coração das pessoas?
– Muitas coisas. Um poema, uma recordação, um cheiro de infância, um «desejo de estrelas»…
– Como é um «desejo de estrelas»?
– É olhar para uma estrela e desejar uma coisa." Ondjaki

B.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Os Filósofos e o Amor – Amar, de Sócrates a Simone de Beauvoir (Lancelin & Lemonnier)

“ Segundo um lugarcomum profundamente enraizado, amor e filosofia têm más relações entre si. Estarão mesmo de costas voltadas, pelo menos desde a era moderna. O amor, sentimento encantador por excelência, teria resistido mal ao desencanto generalizado do mundo moderno. O pequeno Cupido, de aspecto ora pueril ora hostil, com as suas asas escondendo um arco mortífero, teria ido juntarse aos outros deuses no cemitério das velhas tolices.
No fundo, a tradição pessimista dos moralistas franceses teria vencido na batalha do amor. Sob um romantismo tonto, seriam na realidade o sexo, o calculismo e o desejo de poder que se dissimulariam grosseiramente. O sentimento amoroso não justificaria, portanto, que se perdessem com ele duas horas de esforço conceptual. Ao abordar um aspecto de tal forma central na vida humana, não é contudo pequena a surpresa de constatar que ele é quase um terreno baldio, abandonado aos romancistas do niilismo sexual, aos sociólogos de uma nova «confusão amorosa» ou a uma religiosidade de pacotilha. Ninguém tenta verdadeiramente confrontar os diferentes pontos de vista filosóficos acerca do amor, a tal ponto que já quase se poderia encontrar, a respeito deste tema, uma profundidade maior nas canções populares do que entre os pensadores contemporâneos.” Lancelin & Lemonnier

B.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Será que tem razão Pasolini?!

"...A tragédia é que já não existem seres humanos, há apenas máquinas estranhas que tropeçam umas nas outras..." Pier Paolo Pasolini





B.

quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

BOM 2015 PARA TOD@S

Que 2015 traga muito verbo ir,
muitos prazeres, muitas viagens de lazer,
muitas fotografias, muitos reencontros e encontros,
muitas estórias e histórias,
muitas plantações de árvores, muitas caminhadas,
muitos avistamentos de bicharada,
muitas partilhas gastronómicas,
muitas mudanças profissionais,
muitas concretizações,
muitas actividades desportivas,
muitos voos de imaginação,
muitos saltos de emoção,
muitas palavras e sons,
muitos sorrisos e abraços.
Que seja um fantástico 2015!

p.s. e claro está, ao longo do ano vamos sempre acrescentando novos votos e desejos. Sim, porque isto da imaginação e do sonho, a cada dia que passa há sempre algo a acrescentar.

Abraço a tod@s


B.