sexta-feira, 29 de novembro de 2013
caça borboletas
Ás vezes, quando sais de casa e te pões a contar como foi o teu dia, na aldeia fria, fico a imaginar-te os passos.
Imagino-te um caçador de borboletas que saltita e saltita para tentar agarrar tudo numa só rede. Tentas as borboletas com cor, as sem cor, os insetos que se atravessam, os sorrisos que se atropelam, os abraços que te agarram, as arrelias que te consomem, os queixumes que te engolem, a chuva que se te escapa por entre a rede (e tu insiste em apanhá-la), os raios que se soltam do orvalho e até os flocos que condensam as tuas mãos. E depois perdes tudo...
O teu mundo é enorme, mas o teu dilema em o querer todo de uma só vez, é ainda maior. A tua vida vai curta ainda e a aprendizagem para se alcançar uma vida longa, não se faz num só dia, faz-se em imensos dias.
Bem sei que os sabores são múltiplos e que as cores podem refletir num arco-íris e que esse arco-íris, hoje aparece, amanha não sei... mas também sei que nesta correnteza de quereres, há primazia para poucos e que, é nesses poucos, que nos vamos construindo e fortalecendo até ao finito, recolhendo nesta cruzada, outros quereres com ou sem cor que a vida nos encarrega de servir. É importante saber escolher e saber deixar para trás, ainda que o que fique seja igualmente bom!
M.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário